Myrtaceae

Eugenia bimarginata DC.

Como citar:

Gláucia Crispim Ferreira; Mário Gomes. 2020. Eugenia bimarginata (Myrtaceae). Lista Vermelha da Flora Brasileira: Centro Nacional de Conservação da Flora/ Instituto de Pesquisas Jardim Botânico do Rio de Janeiro.

LC

EOO:

3.663.339,398 Km2

AOO:

1.216,00 Km2

Endêmica do Brasil:

Sim

Detalhes:

Espécie endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2020), com distribuição: no estado da Bahia — nos municípios Abaíra, Barreiras, Caetité, Cocos, Correntina, Formosa do Rio Preto, Jacaraci, Licínio de Almeida, Miguel Calmon, Morro do Chapéu, Palmeiras, Piatã, Rio de Contas, Salvador e Santa Cruz Cabrália —, no Distrito Federal — nos municípios Brasilia, Brasília, Riacho Fundo e Riacho Fundo I —, no estado de Goiás — nos municípios Abadiânia, Alexania, Alexânia, Alto Paraíso de Goiás, Barro Alto, Caiapônia, Catalão, Colinas do Sul, Cristalina, Formosa, Goiás, Itumbiara, Jataí, Luziânia, Minacu, Mossâmedes, Niquelandia, Paraúna, Pirenópolis e Portelândia —, no estado do Mato Grosso — nos municípios Barra do Garças, Cáceres, Campo Verde, Chapada dos Guimarães, Comodoro, Cuiabá, Dom Aquino, Nova Xavantina e São José do Rio Claro —, no estado do Mato Grosso do Sul — nos municípios Bandeirantes, Bonito, Caracol, Corumbá, Nova Andradina, São Gabriel do Oeste e Três Lagoas —, no estado de Minas Gerais — nos municípios Alpinópolis, Arinos, Barão de Cocais, Barbacena, Belo Horizonte, Boa Esperança, Bom Despacho, Bonfinópolis de Minas, Botumirim, Brasília de Minas, Brumadinho, Buenópolis, Campestre, Campina Verde, Capitólio, Carrancas, Conceição do Mato Dentro, Confins, Congonhas do Norte, Coqueiral, Couto de Magalhães De Minas, Cristália, Curvelo, Delfinópolis, Diamantina, Divinópolis, Formiga, Formoso, Formoso., Gouveia, Grao Mogol, Grão Mogol, Ingaí, Itabirito, Itacambira, Itapecerica, Ituiutaba, Itumirim, Itutinga, Jaboticatubas, Janúaria, Joaquim Felício, Lagoa Santa, Lambari, Lavras, Mato Verde, Matozinhos, Medeiros, Moeda, Montes Claros, Nepomuceno, Nova Lima, Ouro Branco, Ouro Preto, Paracatú, Patos de Minas, Patrocínio, Perdizes, Pimenta, Poços de Caldas, Prados, Raposos, Riacho dos Machados, Rio Pardo de Minas, Rio Pàrdo de Minas, Rio Vermelho, Santana de Pirapama, Santana do Garambéu, Santana do Riacho, São Gonçalo do Rio Preto, São João del Rei, São Roque de Minas, São Sebastião do Paraíso, São Thomé das Letras, Sete Lagoas, Tiradentes, Turmalina, Uberlândia e Unaí —, no estado do Pará — no município Monte Alegre —, no estado do Paraná — nos municípios Arapoti, Jaguariaiva, Jaguariaíva, Lapa, Morretes, Piraí do Sul, Quatro Barras, Rio Branco do Sul, São Jerônimo da Serra, São José dos Pinhais, Sengés, Tibagi e Ventania —, e no estado de São Paulo — nos municípios Águas de Santa Bárbara, Altinópolis, Apiaí, Assis, Avanhandava, Bom Sucesso de Itararé, Botucatu, Brotas, Caieiras, Campinas, Cananéia, Franco da Rocha, Itaberá, Itapetininga, Itapeva, Itararé, Itatinga, Itirapina, Itupeva, José Bonifácio, Jundiaí, Matão, Mogi Guaçu, Mogi Mirim, Moji-Guaçu, Paranapanema, Pirassununga, Pratânia, Presidente Bernardes, Promissão, Ribeirão Preto, Santa Rita do Passa Quatro, São Carlos, São José dos Campos, São Miguel Arcanjo, São Paulo, São Roque, Taubaté, Ubatuba e Valentim Gentil.

Avaliação de risco:

Ano de avaliação: 2020
Avaliador: Gláucia Crispim Ferreira
Revisor: Mário Gomes
Categoria: LC
Justificativa:

Arvoreta, arbusto, sub-arbusto endêmica do Brasil (Flora do Brasil 2020 em construção, 2020). Popularmente conhecida por Congoba, foi coletada em Campo Rupestre e Cerrado (lato sensu) associadas a Mata Atlântica, Caatinga e Cerrado nos estados da Bahia, Distrito Federal, Goiás, Mato Grosso, Mato Grosso Do Sul, Minas Gerais, Pará, Paraná, São Paulo. Apresenta distribuição ampla, constante presença em herbários, inclusive com coleta recente, e ocorrência confirmada dentro dos limites de Unidades de Conservação de proteção integral e em áreas onde ainda predominam na paisagem extensões significativas de ecossistemas florestais em estado prístino de conservação. A espécie ocorre em múltiplas fitofisionomias e em distintos domínios fitogeográficos de forma frequente na maior parte das localidades em que foi registrada. Adicionalmente, não existem dados sobre tendências populacionais que atestem para potenciais reduções no número de indivíduos maduros, além de não serem descritos usos potenciais ou efetivos que comprometam sua perpetuação na natureza. Assim, foi considerada como Menor Preocupação (LC), demandando ações de pesquisa (distribuição, tendências e números populacionais) a fim de se ampliar o conhecimento disponível e garantir sua sobrevivência na natureza.

Último avistamento: 2019
Possivelmente extinta? Não
Severamente fragmentada? Desconhecido

Perfil da espécie:

Obra princeps:

Descrita em: Prodr. 3: 271, 1828. Eugenia bimarginata é caracterizada por suas folhas normalmente cordiformes, bicolores, com face abaxial em tom de bronze, nervura marginal dupla e nervação terciária evidente (Faria Júnior, 2010). Popularmente conhecida como Congoba (Karine Valdemarin, comunicação pessoal, 2020).

Valor econômico:

Potencial valor econômico: Desconhecido
Detalhes: Não é conhecido valor econômico da espécie.

População:

Detalhes: Não existem dados populacionais.

Ecologia:

Substrato: terrestrial
Forma de vida: bush
Biomas: Mata Atlântica, Caatinga, Cerrado
Vegetação: Campo Rupestre, Cerrado (lato sensu)
Fitofisionomia: Savana, Afloramento Rochoso
Habitats: 2.1 Dry Savanna, 4.5 Subtropical/Tropical Dry Lowland Grassland

Ameaças (1):

Estresse Ameaça Declínio Tempo Incidência Severidade
1.1 Ecosystem conversion 2.1.3 Agro-industry farming habitat present regional high
O Cerrado contém extensas áreas em condições favoráveis à agricultura intensiva e à pecuária extensiva, sendo cerca de 40% da área convertida para estes usos (Rachid et al., 2013). A expansão agrícola no Cerrado vem sendo estimulada por diversos incentivos governamentais, tais como os programas de biocombustíveis e desenvolvimento do Cerrado, ou de assistência técnica (Bojanic, 2017, Fearnside, 2001, Gauder et al., 2011, Koizumi, 2014, Moreddu et al., 2017, Pereira et al., 2012, Rachid et al., 2013, Ratter et al., 1997), a fim de suprir a crescente demanda do mercado internacional (Gauder et al., 2011, Pereira et al., 2012). Essa região é responsável pela produção de cerca de 49% dos grãos no Brasil (Rachid et al., 2013), em particular a soja, o milho e o algodão (Bojanic, 2017, Castro et al., 2010, Ratter et al., 1997). O Cerrado brasileiro sofreu perdas particularmente pesadas para o avanço da soja (Fearnside, 2001), tendo cerca de 10,5% de sua área ocupada por culturas agrícolas (Sano et al., 2008). Além de ser considerado o celeiro brasileiro devido à produção de grão (Pereira et al., 2012), extensas áreas de Cerrado têm sido ocupadas pela cana-de-açúcar (Castro et al., 2010, Koizumi, 2014, Loarie et al., 2011, Rachid et al., 2013), sendo o Brasil o mais importante produtor de açúcar do mundo (Galdos et al., 2009, Gauder et al., 2011, Pereira et al., 2012). Recentemente, a expansão da produção de cana-de-açúcar no Cerrado tem sido motivada por programas governamentais destinados a promover o setor sucroalcooleiro, especialmente para a produção de agroenergia e bioetanol devido a importância econômica que assumiram no mercado internacional (Gauder et al., 2011, Koizumi, 2014, Loarie et al., 2011, Pereira et al., 2012, Rachid et al., 2013). O Brasil é o segundo maior produtor de etanol do mundo (Mielnik et al., 2017). Segundo Rachid et al., (2013), as áreas cultivadas nos estados de Goiás e Mato Grosso do Sul cresceram mais de 300% nos últimos 5 anos. Essa expansão ocorre principalmente por meio da substituição de áreas agrícolas estabelecidas (pastagem e campos de soja e milho) por cana-de-açúcar, forçando a expansão dessas atividades sobre novas áreas de floresta ou Cerrado (Castro et al., 2010, Koizumi, 2014, Loarie et al., 2011, Rachid et al., 2013). Ainda, a produção de cana-de-açúcar por muitos anos esteve associada às queimadas dos canaviais realizadas pré-colheita, causando impactos ambientais sobre diferentes componentes do ecossistema (Galdos et al., 2009, Rachid et al., 2013).
Referências:
  1. Alan Bojanic, H., 2017. The Rapid Agricultural Development of Brazil in the Last 20 Years. EuroChoices 16, 5–10. https://doi.org/10.1111/1746-692X.12143
  2. Mielnik, O., Serigati, F., Giner, C., 2017. What Prospects for the Brazilian Ethanol Sector? EuroChoices 16, 37–42. https://doi.org/10.1111/1746-692X.12149
  3. Moreddu, C., Contini, E., Ávila, F., 2017. Challenges for the Brazilian Agricultural Innovation System. EuroChoices 16, 26–31. https://doi.org/10.1111/1746-692X.12147
  4. Koizumi, T., 2014. Biofuels and Food Security in Brazil, in: Koizumi, T. (Ed.), Biofuels and Food Security. Springer, Heidelberg New York Dordrecht London, pp. 13–29.
  5. Rachid, C.T.C.C., Santos, A.L., Piccolo, M.C., Balieiro, F.C., Coutinho, H.L.C., Peixoto, R.S., Tiedje, J.M., Rosado, A.S., 2013. Effect of Sugarcane Burning or Green Harvest Methods on the Brazilian Cerrado Soil Bacterial Community Structure. PLoS One 8, e59342. https://doi.org/10.1371/journal.pone.0059342
  6. Pereira, P.A.A., Martha, G.B., Santana, C.A., Alves, E., 2012. The development of Brazilian agriculture: future technological challenges and opportunities. Agric. Food Secur. 1, 4. https://doi.org/10.1186/2048-7010-1-4
  7. Gauder, M., Graeff-Hönninger, S., Claupein, W., 2011. The impact of a growing bioethanol industry on food production in Brazil. Appl. Energy 88, 672–679. https://doi.org/10.1016/j.apenergy.2010.08.020
  8. Loarie, S.R., Lobell, D.B., Asner, G.P., Mu, Q., Field, C.B., 2011. Direct impacts on local climate of sugar-cane expansion in Brazil. Nat. Clim. Chang. 1, 105–109. https://doi.org/10.1038/nclimate1067
  9. Simões de Castro, S., Abdala, K., Aparecida Silva, A., Borges, V., 2010. A Expansão da Cana-de-Açúcar no Cerrado e no Estado de Goiás: Elementos para uma Análise Espacial do Processo. Bol. Goiano Geogr. 30, 171–191. https://doi.org/10.5216/bgg.v30i1.11203
  10. Galdos, M.V., Cerri, C.C., Cerri, C.E.P., 2009. Soil carbon stocks under burned and unburned sugarcane in Brazil. Geoderma 153, 347–352. https://doi.org/10.1016/j.geoderma.2009.08.025
  11. Sano, E.E., Rosa, R., Brito, J.L.S., Ferreira, L.G., 2008. Mapeamento semidetalhado do uso da terra do Bioma Cerrado. Pesqui. Agropecuária Bras. 43, 153–156. https://doi.org/10.1590/S0100-204X2008000100020
  12. Fearnside, P.M., 2001. Soybean cultivation as a threat to the environment in Brazil. Environ. Conserv. 28, 23–38. https://doi.org/10.1017/S0376892901000030
  13. Ratter, J.A., Ribeiro, J.F., Bridgewater, S., 1997. The Brazilian Cerrado Vegetation and Threats to its Biodiversity. Ann. Bot. 80, 223–230. https://doi.org/10.1006/anbo.1997.0469

Ações de conservação (4):

Ação Situação
5.1.2 National level needed
A espécie ocorre em territórios que poderão ser contemplados por Planos de Ação Nacional (PAN) Territorial, no âmbito do projeto GEF Pró-Espécies - Todos Contra a Extinção: Território Espinhaço Mineiro - 10 (MG), Território Sacramento - 15 (MG), Território Campinas - 18 (SP, MG), Território Paraná/São Paulo - 19 (PR, SP), Território São Paulo - 20 (SP), Território São João del Rei - 29 (MG), Território Chapada Diamantina-Serra da Jibóia - 39 (BA), Território Formosa - 9 (GO, MG).
Ação Situação
1.1 Site/area protection on going
A espécie foi registrada nas seguintes Unidades de Conservação: Área de Proteção Ambiental Carste da Lagoa Santa (US), Área de Proteção Ambiental Corumbataí, Botucatu e Tejupá Perímetro Corumbataí (US), Área de Proteção Ambiental da Bacia dos Ribeirões do Gama e Cabeça de Veado (US), Área de Proteção Ambiental da Chapada dos Guimarães (US), Área de Proteção Ambiental da Serra Dourada (US), Área de Proteção Ambiental de Cafuringa (US), Área de Proteção Ambiental do Lago Paranoá (US), Área de Proteção Ambiental do Planalto Central (US), Área de Proteção Ambiental do Rio Preto (US), Área de Proteção Ambiental Estadual da Escarpa Devoniana (US), Área de Proteção Ambiental Jundiaí (US), Área de Proteção Ambiental Lagoas e Dunas do Abaeté (US), Área de Proteção Ambiental Marimbus/Iraquara (US), Área de Proteção Ambiental Morro da Pedreira (US), Área de Proteção Ambiental Pouso Alto (US), Área de Proteção Ambiental Serra do Barbado (US), Área de Proteção Ambiental Serra São José (US), Área de Proteção Ambiental Sul-RMBH (US), Estação Ecológica de Itapeva (PI), Estação Ecológica de Itirapina (PI), Estação Ecológica de Santa Bárbara (PI), Estação Ecológica do Jardim Botânico (PI), Monumento Natural Estadual Serra da Moeda (PI), Parque Estadual de Botumirim (PI), Parque Estadual de Paraúna (PI), Parque Estadual do Guartelá (PI), Parque Estadual do Juquery (PI), Parque Estadual Rio Preto (PI), Parque Estadual Serra Azul (PI), Parque Estadual Serra do Ouro Branco (PI), Parque Estadual Serra Nova e Talhado (PI), Parque Nacional da Chapada dos Guimarães (PI), Parque Nacional da Chapada dos Veadeiros (PI), Parque Nacional da Serra do Cipó (PI), Parque Nacional de Brasília (PI), Parque Nacional Grande Sertão Veredas (PI), Refúgio Estadual de Vida Silvestre Libélulas da Serra de São José (PI), Reserva Particular do Patrimônio Natural Urú (US).
Ação Situação
5.1.2 National level on going
A espécie ocorre no território de abrangência do Plano de Ação Nacional para a conservação da flora ameaçada de extinção da região de Grão Mogol - Francisco Sá (Pougy et al., 2015).
Referências:
  1. Pougy, N., Martins, E., Verdi, M., Maurenza, D., Loyola, R., Martinelli, G. (Orgs.), 2015. Plano de Ação Nacional para a Conservação da Flora Ameaçada de Extinção da Região de Grão Mogol - Francisco Sá. CNCFlora: Jardim Botânico do Rio de Janeiro: Laboratório de Biogeografia da Conservação: Andrea Jakobsson Estúdio, Rio de Janeiro. 76 p.
Ação Situação
5.1.2 National level on going
A espécie ocorre no território de abrangência do Plano de Ação Nacional para a conservação da flora ameaçada de extinção da Serra do Espinhaço Meridional (Pougy et al., 2015).
Referências:
  1. Pougy, N., Verdi, M., Martins, E., Loyola, R., Martinelli, G. (Orgs.), 2015. Plano de Ação Nacional para a conservação da flora ameaçada de extinção da Serra do Espinhaço Meridional. CNCFlora: Jardim Botânico do Rio de Janeiro: Laboratório de Biogeografia da Conservação: Andrea Jakobsson Estúdio, Rio de Janeiro. 100 p.

Ações de conservação (1):

Uso Proveniência Recurso
17. Unknown
Não existem dados sobre usos efetivos ou potenciais.